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1990 - 2000

Velódromo e Piscina Olímpica

mar , 4

Velódromo e Piscina Olímpica |
Complexo esportivo e multifuncional. Realização de eventos, shows, programas televisivos |
Arquiteto Dominique Perrault |
Paisagista: Landschaft Planen e Bauen |
Arquiteto associado: APP Architects Perrault and Partners, Rolf Reichert – RPM, SSP – Schmidt, Schicketanz & Partner |
Ano: 1993 – 1999 |

Este complexo esportivo foi elaborado em um momento cujo espírito de reunificação das duas Alemanhas impulsionava a busca de novos sentidos para a cidade de Berlim e uma reestruturação do seu tecido urbano além do ensejo de uma projeção internacional. Na ocasião, como Berlim se candidatara para abrigar as olimpíadas de 2000 – que por fim perdeu para Sidney – foi realizado um concurso, cujo vencedor foi o arquiteto francês Dominique Perrault.

Um dos grandes desafios concernia em melhorar a integração entre os distintos tecidos urbanos do seu entorno: ao norte, separada por uma linha de metrô de superfície, se encontram conjuntos habitacionais típicos do pós guerra socialista e ao sul edifícios residenciais do século 19.

Segundo Dominique Perrault em sua conferência no Centro de Belas Artes de Bruxelas (Centre for Fine Arts, Brussels, 07.05.2013), seus projetos podem ser “lidos sob a percepção da relação da arquitetura com a paisagem, com o vazio, com a sua ausência e até mesmo com seu desaparecimento. Esta percepção abre territórios e atitudes que são certamente soluções e respostas, mas antes de tudo, também meios para desenvolver, requerer e intensificar particularmente as cidades e as metrópoles.”

Perrault propõe dois volumes puros, um retangular para abrigar a piscina e um circular para o velódromo, “afundados” em um platô verde onde foram plantadas aprox. 450 macieiras. Ao contrário da famosa Biblioteca Nacional de Paris, a arquitetura aqui não contém a natureza em seu centro, mas está envolvida por ela, ou melhor se encontra encrustada nesta. A arquitetura se esconde e se protege de si mesma em um ato que para Perrault ultrapassa o sentido estético para se manifestar politicamente. Segundo ele, este projeto foi concebido fazendo um eco ao Estádio Olímpico de 1936 construído sob o regime nazista. Este posicionamento considera que a arquitetura seja capaz de escapar dos jogos de poder, em particular neste caso, por se tratar de uma grande área esportiva que deveria ser recuperada pelo poder político. “O que há aí então é um dispositivo de desaparecimento (da arquitetura) e aparecimento da paisagem – ao contrário dos edifícios, das paredes, dos muros – com o fim de proteger a arquitetura dela mesma e de seu entorno.” Se trata de um novo universo espacial, com uma existência e lógica autônomas. (Jean-François Pousse)

Sob o ponto de vista urbano, este projeto tem uma importância na requalificação e transformação da cidade, pois o status de espaço público é reorientado e reavaliado, ultrapassando a sua definição tradicional de praças, ruas e alamedas, conclui Perrault. Esta área externa é um lugar público, que pode ser desfrutado gratuitamente por qualquer um. Ela cumpre a intenção do arquiteto de devolver ao cidadão através da arquitetura aquilo que ele investiu com o pagamento de impostos.

Estes dois corpos de 3 andares, estão 17 metros submersos no terreno (100.000 m2) e conectados entre si subterraneamente. O acesso principal dos edifícios se faz através de duas entradas na fachada ao longo da linha de metrô. Acessos secundários são possíveis através do “jardim” por rampas e escadas.

Os materiais utilizados, típicos da arquitetura de Perrault, são concreto aparente, vidro e uma tela metálica desenvolvida especialmente para este projeto. As coberturas dos volumes circular do velódromo e retangular da piscina estão revestidos com esta tela sobrepondo uma parte da fachada.

A característica técnica marcante neste projeto é a estrutura metálica da cobertura do velódromo com aproximadamente 140 metros de diâmetro que faz lembrar uma roda de bicicleta. Segundo Perrault, “a arquitetura é estática, permanente, e tudo que permite a sua desmaterialização e a modificação da sua percepção, é algo que vai tocar o sentido e a emoção do visitante.” Esta estrutura radial com 115 metros de vão livre composta por 48 vigas de aço sustentadas por 16 pilares de concreto “flutua” sobre o velódromo. Ela não parece possuir seu peso real, 3500 toneladas, e cria naquele espaço um dinamismo que dialóga com a condição estática da arquitetura.

Como a participação nas olimpíadas de 2000 foi impossibilitada, o uso do velódromo foi redirecionado para um aproveitamento multifuncional. Hoje com capacidade para 12.000 lugares, sendo 5.668 assentos fixos, ele oferece um espaço adequado para diversos tipos de atividades e eventos, como shows, apresentações para televisão, programas de auditórios e etc.

A piscina pertence ao Berliner Bäder Betrieb, a companhia que administra as piscinas de Berlim, e é acessível a todos.

Endereço:
Paul-Heyse-Straße 26,
10407 Berlin

Como chegar:
S-Bahn S41, S42 (Ringbahn), S8, S85 – estação Landsberger Allee
Ônibus 156 – estação S Landsberger Allee; 200 – estação Conrad-Blenkle-Straße
Tram (bonde) M5, M6, M8 – estação Landsberger Alle; M10 – estação Paul-Heyse-Straße

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Horários de funcionamento:
da piscina: veja no site
do velódromo: veja no site

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