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Italian Fashion Hub

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O projeto busca responder as premissas do programa a partir de uma contradição arquitetônica análoga a uma questão que, ao nosso ver, envolve também a moda. Coco Chanel, em uma de suas frases representativas disse: “sou contra a moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora só porque é primavera”.

Excluindo obviamente o que diz respeito à diferença de gêneros, encontramos nesse pensamento um valor fundamental aplicado à arquitetura e que buscamos transmitir para o nosso projeto. O conceito de temporalidade presente na linguagem contemporânea funde-se com seu oposto. O valor das formas não está apenas na sua representação momentânea, mas também na capacidade de manter-se atual na transitoriedade das coisas diante do tempo.

Alinhados a este conceito, tanto para o novo edifício quanto para o complexo antigo buscamos o respeito à escala humana. Prevaleceu sobre a monumentalidade uma configuração espacial convidativa, no qual o indivíduo torna-se personagem ativo.

O edifício novo surge como um grande espaço cívico, onde o público e o privado ora se separam ora se confundem. Rampas, passarelas e praças criam uma unidade formal ao complexo além de conectarem os diversos ambientes.

Considerando a importância da “Villa Orsi” para o complexo, criamos na rua limítrofe ao parque uma trincheira para tráfego dos veículos. Esta estratégia permite que parte da rua torna-se elo entre o espaço criado e o existente. Através de passarelas e rampas, se acessam o parque linear pelas laterais do edifício novo e pela fachada oeste do antigo. Com dois níveis interligados por rampas e escadas, este parque “abraça” o edifício antigo, dando-lhe uma nova roupagem além de configurar uma nova circulação e acessos aos serviços deste complexo. O interior da “asta de servizi” existente foi reconfigurado para criar melhor ambientação às circulações, escritórios e serviços. Nas fachadas norte e sul, foram criadas vitrines de vidros iluminadas. Nossa proposta é que o parque também se torne um museu aberto onde roupas, acessórios e outros ítens referentes à moda possam ser expostos. A iluminação destas vitrines, também contribuirão com a iluminação do parque. . Nas laterais do terceiro pavimento, duas outras passarelas dão acesso ao que antes era a cobertura e agora é um novo espaço de serviços e convívio.

Com o objetivo de potencializar ao máximo o uso dos espaços, buscamos criar um verdadeiro ícone urbano e com isso reforçar o conceito de “Cidadela da Moda”.

ESTRUTURA
O primeiro pavimento do parque linear está sobre a laje de cobertura do subsolo, necessitando provavelmente de reforço estrutural. O segundo pavimento é uma laje cogumelo, cujos pilares necessários se apoiam no eixo dos pilares existentes.

Para o prédio novo, previu-se lajes cogumelos e protendidas para vencer balanços e gerar maior flexibilidade formal.

SUSTENTABILIDADE
Os espaços foram configurados para obter o máximo de ventilação direta e corredores de vento. Brises e telas minimizam a incidência solar. Coberturas verdes contribuem no conforto ambiental e na captação de água pluvial. Para a captação de energia, placas fotovoltaicas foram dispostas sobre a cobertura.

Ano: 2017
Autor: Juliano Nemer
Equipe: Leandro Michelena, Guilherme Groth
Localização: Bologna, Itália

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